Novembro Azul
O câncer de próstata é desencadeado por alterações no DNA as quais levam ao mau funcionamento de células antes saudáveis. As modificações sofridas por alguns genes podem ser hereditárias ou adquiridas ao longo da vida.
Bastante similar ao câncer de mama hereditário, as mutações hereditárias sofridas no DNA são responsáveis por até 10% dos casos de câncer de próstata e também compartilham genes cujas mutações desencadeiam a doença, como é o caso dos genes BRCA1 e BRCA2 os quais falamos a respeito no texto do Outubro Rosa. Também podemos destacar outros importantes genes cujas mutações podem ser herdadas, levando ao desencadeamento da doença, como alguns genes de reparo ao DNA (MSH2 e MLH1 p.ex.), o HOXB13, relacionado ao desenvolvimento da próstata, e um dos mais famosos genes supressores de tumor: o p53. Até mesmo fusões em genes podem ocorrer e desencadear o câncer de próstata, como é o caso da família gênica ETS.
Diferentes técnicas de sequenciamento podem ser utilizadas em conjunto para o estudo, análise e diagnóstico da doença. As diversas plataformas e metodologias existentes permitem confirmações pontuais de mutações, como é o caso da aplicação da metodologia de Sanger. Técnicas mais avançadas, chamadas de NGS (Next Generation Sequencing ou Sequenciamento de Nova Geração), são capazes de realizar o sequenciamento completo do genoma celular e até análises de transcritos (RNA-Seq).
Utilizadas tanto para as análises de mutações nos genes-alvo quanto para a expressão deles na célula, as técnicas de sequenciamento mostram-se excelentes aliadas na compreensão da funcionalidade destes genes, permitindo o desenvolvimento de novos tratamentos e métodos de diagnóstico.
O papel da ciência na saúde sempre será a busca por melhoras na qualidade de vida das pessoas. Entretanto, estes avanços podem levar anos – ou décadas – para atingir a população. Por isso, a prevenção sempre será a sua melhor e mais imediata aliada. Cuide-se!